terça-feira, 12 de junho de 2012

The Guradian: o Brasil deveria ter um acento permanente no Conselho de Segurança da ONU

O editorial do The Guardian em sofrível tradução minha.

Brasil: um Bric para construir junto
Brasil agora tem um PIB total maior que o Reino Unido e algo que outras nações procuram em vão: liderança sustentada

O Brasil, que abrigará a Cúpula da Terra este mês e uma Copa do Mundo e uma Olimpíada nos próximos quatro anos, vem se beneficiando de uma coisa que você procuraria em vão em grande parte do mundo: liderança sustentada. Primeiro, veio Cardoso, o sociólogo e homem de estado que colocou a economia sob controle. Em seguida, foi Lula, até agora, a melhor reencarnação de Franklin Roosevelt. Emergindo de sua sombra como uma afiada [é isso?] reformadora pragmática, veio a atual presidenta, Dilma Rousseff.

O Brasil ascendeu com a China - abastecendo-a  com soja e minério de ferro - e agora tem um PIB maior do que o Reino Unido. Lula se comparou a um mascate, vendendo mercadorias em todos os lugares; o desafio de Rousseff é destravar a produtividade e criar uma economia mais avançada.

Como os brasileiros já são muito mais ricos do que os chineses ou indianos, seria difícil se aproximar de suas taxas de crescimento. Mas existe uma possibilidade no investimento maciço em infra-estrutura e, mais importante, em educação. Dilma Rousseff terá que transpor sua popularidade e habilidade gerencial em comando sobre Congresso, para definir o ritmo.

Embora seja líder mundial em desigualdade, o Brasil também lidera o seu eficaz enfrentamento. Seus programas sociais merecidamente famosos, uma vitrine para o governo ativista, ajudaram a tirar 20 milhões de pessoas da pobreza e criar um mercado interno. Depois de muito receber sermões econômicos de qualidade variada, Brasília não tem nenhum desejo de começar a dá-los, mas assiste com apreensão as tentativas européias de reduzir a dívida sem crescimento.

Tudo isso deu ao Brasil a credibilidade para assumir um há muito cobiçado papel como uma potência global.

Particularmente sob Dilma Rousseff e seu ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ele assumiu uma característica mistura de contenção e independência no exercício desse poder. Brasília não só duplicou seus diplomatas na última década, ela redobrou sua ênfase na diplomacia como a única maneira de "multipolaridade benigna".

Em parte, isso é o luxo de um bairro tranquilo (que ainda deve convencer das vantagens e magnanimidade de sua liderança). Mas também reflete longa tradição diplomática e vivência da natureza da soberania e da democratização. Ao acumular poder e responsabilidade, o Brasil não será mais capaz de ser amigo de todos e sentirá a tensão entre soberania e direitos humanos mais intensamente, mas ele aspira ser uma ponte entre potências e, por vezes, será um corretivo para hipocrisia seletividade ocidentais.

Não só o Brasil deveria ter um assento permanente no Conselho de Segurança; ele é o melhor argumento para a reforma do Conselho de segurança e outras tentativas de tornar o sistema internacional mais representativo. Esta é a hora do ocidente, e do resto, abraçar a ascensão do Brasil de forma mais activa e começar uma relação mais profundo.

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