segunda-feira, 5 de março de 2012

Holanda manda delegação conhecer experiência do Conselhão

Matéria publicada pelo Brasília em tempo real.


O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social recebeu nesta sexta, dia 2, representantes do Conselho Científico Holandês que está em missão no Brasil. Os conselheiros holandeses tinham como objetivo principal conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelo CDES e entender melhor como o tema do novo padrão de desenvolvimento está sendo tratado.

A reunião entre o CDES e o Conselho Científico Holandês foi aberta pelo conselheiro Murillo de Aragão que apresentou o trabalho do Conselho, falando de como se deu a criação do CDES no Brasil, passando pela composição, chegando, por fim, nos principais temas tratados. Aragão enfatizou a importância do Conselho como fórum de diálogo, lembrando que as recomendações feitas pelo CDES são fruto de um intenso debate em que a busca pelo consenso é um dos principais objetivos.

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Ao comentar a apresentação, Peter van Lieshout, um dos representantes do conselho holandês, se mostrou muito impressionado com a amplitude de representações presentes no CDES. Comparando com seu similar holandês e com outros conselhos europeus, ele ressaltou que as instituições internacionais tendem a ter uma composição dividida entre empresários e trabalhadores o que de alguma forma restringe sua atuação. Ary Quintella, diretor internacional da Secretaria de Assuntos Estratégicos explicou que essa multiplicidade de representações se dá muito em função das dimensões e diversidades econômicas, sociais, culturais e regionais brasileiras.

Em um segundo momento da reunião, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ricardo Bielchowsky, fez uma apresentação sobre o novo modelo de desenvolvimento brasileiro. Bielchowsky foi consultor do CDES quando da elaboração da Agenda do Novo Ciclo de Desenvolvimento, lançada em junho de 2010. O professor fez um resumo rápido sobre os principais padrões de comportamento brasileiros, que seriam: 1) 1930 a 1980 - desenvolvimento via industrialização com alto crescimento econômico (7,4% de 1950 a 1980); 2) 1980 - 2002 - período de instabilidade macroeconômica (1980 a 1994), caracterizado pelo baixo crescimento da economia; 3) a partir de 2003 - novo padrão de desenvolvimento, com retomada do crescimento econômico.

Para o professor Bielchowsky há hoje um embrião de um promissor projeto de desenvolvimento nacional, que consiste de três "motores" de investimento, que seriam i) o crescimento e redistribuição de renda por meio da produção e consumo de massa, ii) atividades provenientes de recursos naturais (como petróleo e hidrelétricas) e iii) a infraestrutura. Como "turbinadores" destes "motores", o professor coloca i) a ciência e tecnologia e inovação e ii) políticas adequadas para os setores tradicionais.

Ao fim do encontro, os representantes holandeses se disseram muito bem impressionados com a amplitude do trabalho que vem sendo realizado pelo CDES e disseram que a missão no Brasil irá se reunir com mais de quarenta instituições brasileiras. O Conselho Científico Holandês é o principal órgão de aconselhamento do governo, sendo vinculado ao Gabinete do Primeiro Ministro.  Atualmente, está trabalhando no projeto intitulado: "Como viveremos daqui a 20 anos?", com o objetivo de guiar a estratégia de crescimento econômico do país.

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