quinta-feira, 8 de abril de 2010

Folha: O Brasil não tem que ser espelho dos EUA, diz senador americano.

Entrevista publicada pela Folha.

Aqui, há um post americano que também mostra o Brasil de Lula visto dos EUA.

Monica Bergamo.

O senador americano Christopher Dodd, 65, relator da reforma do sistema financeiro dos EUA, visitou o Brasil nesta semana. Ciceroneado pelo empresário Mario Garnero, ele teve audiência com Lula e uma reunião na Bovespa, em SP.

FOLHA - A colunista Mary Anastasia O'Grady, do "Wall Street Journal", disse que o mundo deve conter o entusiasmo com o Brasil, que o ex-presidente FHC foi o único responsável pela estabilização e que "a melhor coisa" que Lula fez "foi nada".
CHRISTOPHER DODD - Não concordo. Não vou me posicionar sobre a eleição brasileira, mas eu a acompanho como um "outsider". E os candidatos que lideram propõem uma continuidade da política de Lula. Com todo respeito à srta. Grady, ela deveria falar com as pessoas no Brasil. O presidente Lula merece grande crédito. O Bolsa Família é uma ideia esplêndida, e uma fonte de renda atrelada à educação. O Brasil entende, como nós, que precisamos de um sistema educacional que permita que as pessoas busquem os empregos do século 21. É por isso que 80% dizem que Lula faz um bom trabalho.

FOLHA - Muitos dizem que o Bolsa Família é assistencialista.
DODD - Considero válido esse ponto de vista, mas é fácil dizer quando você tem um bom emprego no "Wall Street Journal". Vá explicar isso para uma família em SP, no Rio ou em Recife.

FOLHA - Como o Senado americano vê a relação do Brasil com o Irã?
DODD - Mesmo em uma família pode haver diferenças. Brasil e EUA são amigos, mas não são uma família. Não é função do Brasil espelhar a política externa dos EUA, mas espero que tenhamos cooperação nas sanções ao Irã. Elas não são a melhor alternativa, mas são melhores do que o Irã fabricar armas nucleares. O presidente Lula acredita que isso pode ser resolvido pela diplomacia. Espero que ele esteja certo, mas em algum momento nós teremos que decidir que talvez o Irã não esteja disposto a isso.

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