sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Inovação Tecnológica: Petrobrás e Governo Federal investem R$ 9,5 milhões em laboratório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de SP.

 Seguem duas matérias sobre o mesmo assunto, uma do Inovação Tecnológica e a outra do IPT.


Nielmar de Oliveira - 06/11/2009


O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Petrobras inauguraram hoje o mais moderno laboratório de engenharia naval da América Latina, que recebeu investimentos de R$ 9,5 milhões.

O laboratório, que tem o mais longo tanque naval do país, com 280 metros de comprimento, passou por completa reformulação física e tecnológica, para atender às novas demandas dos setores de transporte marítimo e de construção de plataformas de petróleo.

A aplicação da robótica na construção de modelos de embarcações também está entre os novos recursos do Centro de Engenharia Naval do IPT.

Petrobras nas universidades

A reforma da unidade faz parte de uma estratégia de investimentos da Petrobras em universidades e institutos de pesquisa brasileiros.

A companhia informou que, desde 2006, tem investido em torno de R$ 400 milhões por ano em cerca de 80 instituições de todo o Brasil, que, organizadas em redes temáticas coordenadas pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), desenvolvem soluções tecnológicas para os principais desafios da indústria de energia.

Segundo a estatal, o projeto do novo laboratório na área de engenharia naval foi concebido para atender a três objetivos: criar um centro multiusuário, com 15 estações de trabalho para pesquisadores, projetistas e clientes do Instituto Pesquisas Tecnológicas; incrementar a capacitação laboratorial do Cenpes; e reduzir o tempo de construção de modelos físicos para serem testados nesses laboratórios.

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IPT e Petrobras inauguram novas instalações do maior tanque do Brasil para testes de embarcações

Com investimento de R$ 9,5 milhões, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) inaugurou hoje, 6 de novembro, as novas instalações de seu laboratório de engenharia naval, ligado ao Centro de Engenharia Naval e Oceânica (CNAVAL) do Instituto. Nos últimos meses, o laboratório passou por uma completa reformulação física e tecnológica, que o coloca agora como o mais moderno da América Latina e em condições de atender às novas demandas de suporte tecnológico aos setores de transportes marítimos e de construção de plataformas de petróleo, que experimentam uma retomada histórica de atividades, depois de quase sucumbirem durante os anos 80 e 90. O projeto foi fomentado no âmbito de um convênio entre a Transpetro e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Como dona da maior frota de navios do continente, a Transpetro será um dos principais demandadores do laboratório.


Dos recursos aplicados, 90% são provenientes da Petrobras e 10% da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. A participação da Petrobras faz parte de um programa de R$ 32 milhões, voltados a oito projetos de capacitação tecnológica na área de naval, que incluem, além do IPT, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).


Além da rede de engenharia naval, denominada Rede de Tecnologia de Navios, a Petrobras criou outras 49 redes temáticas, das quais o IPT participa atualmente de seis, para fortalecer a atuação das instituições de pesquisa e desenvolvimento no país, em áreas consideradas desafios tecnológicos para os próximos anos no setor de energia. Essas redes envolvem cerca de 80 instituições e atualmente respondem por um investimento anual de R$ 400 milhões, o que coloca a Petrobras entre as cinco empresas no mundo que mais investem em P & D.


O projeto do novo laboratório foi concebido a partir de 2005 com base em três objetivos: criar um centro multiusuários, com 15 estações de trabalho para pesquisadores, projetistas e clientes do Instituto; incrementar a capacitação laboratorial do Centro, por meio de equipamentos modernos de medição para ensaios no tanque de provas, túnel de vento e túnel de cavitação (estudo de hélices); e reduzir o tempo de construção de modelos físicos para serem testados nesses laboratórios.


Do investimento total, cerca de R$ 5,5 milhões foram empregados em equipamentos, como o braço robótico que passou a dar suporte ao desenvolvimento de modelos de embarcações. O restante dos recursos foi aplicado em obras civis, que consistiram na troca de cobertura do tanque de provas e na renovação e ampliação das áreas técnicas do Centro. “Estamos mais eficientes para atender às novas demandas da indústria”, afirma Carlos Daher Padovezi, diretor do CNAVAL.


Segundo Padovezi, os ganhos de eficiência serão sentidos, sobretudo, na confecção de modelos com o auxílio da robótica. Mas, para isso foi preciso abandonar o antigo sistema de marcenaria, que consumia até 45 dias para executar um modelo de navio em escala. Agora os modelos são confeccionados em blocos de poliuretano ou em madeira, esculpidos pelo braço robótico. Depois as superfícies recebem tratamento com resina de fibra de vidro. O processo todo não chega a uma semana.


Há também uma máquina de prototipagem rápida para o desenvolvimento de modelos de hélices e de lemes. Como se fosse uma impressora em três dimensões, esse equipamento trabalha em sintonia com modeladores virtuais em CAD 3D. O sistema alcança um nível de detalhamento, em tempo real, difícil de ser obtido em um processo convencional de usinagem.


Outros refinamentos tecnológicos do Centro estão no novo gerador de ondas para o tanque de provas, que tem 280 metros de comprimento, 6,6 metros de largura e 4,5 metros de profundidade; novo sistema de instrumentação do carro dinamométrico do tanque; sistema de imagem de alta precisão de medições de movimentos; e modernos dinamômetros para medições de forças. “São recursos que vão dar mais precisão e rapidez aos ensaios”, afirma Padovezi. O tanque de provas do IPT existe desde 1956. Ele foi ampliado em 1980 e a remodelação atual é o terceiro marco importante de sua história.


LABORATÓRIO ESTRATÉGICO - Veja a seguir opinião de autoridades e executivos sobre o novo centro de engenharia naval do IPT.

Alberto Goldman, governador em exercício do Estado de São Paulo: “O IPT é fundamental para ajudar o desenvolvimento de São Paulo e do Brasil. Vamos fazer uma série de investimentos para que o IPT se mantenha como uma grande instituição de pesquisa, como sempre foi e deve ser no futuro”.

Geraldo Alckmin, secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo: “O IPT é um exemplo de como se faz ciências exatas com paixão. O governo do Estado vai aplicar R$ 110 milhões no IPT até 2010. O novo laboratório é único na América Latina e um exemplo de cooperação entre os entes federados, pois muitos projetos e parcerias foram e serão ainda desenvolvidos”.


Sergio Machado, presidente da Transpetro/Petrobras: “A atividade da indústria naval hoje é importante porque 95% do comércio internacional do país depende de navios. A indústria naval foi retomada há seis anos, tem atualmente o patamar de 15 mil empregos e deve alcançar até 2013 o total de 42 mil empregos. Esse laboratório surge em um momento estratégico para gerar conhecimento para a sustentabilidade econômica”.

Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes): “Os novos laboratórios vão fazer pesquisas para toda a indústria naval, além da Petrobras. Esse é uma atividade de relevância para que o país tenha cada vez mais competência. O IPT é uma instituição centenária, fonte de inspiração para a Petrobras, pois tem práticas que são orgulho nacional”.

Allan Kardec Duailibe Filho, diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): “O Brasil investe R$ 700 milhões por ano em pesquisa e desenvolvimento e hoje tem 45% de energia limpa em sua matriz, o que é o mais alto nível do mundo. O IPT é um parceiro fundamental para que possamos fazer o nosso trabalho de fiscalizar os combustíveis”.
João Fernando Gomes de Oliveira, diretor presidente do IPT: "O IPT está capacitado para os desafios brasileiros na área de projetos e testes de embarcações. Este novo laboratório teve sua capacidade de testes quadruplicada. Com a descoberta das reservas do pré-sal cresceu a demanda de parceiros como a Petrobras, que precisará de embarcações de suporte às plataformas, por exemplo. Os projetos dessas novas embarcações assegurarão maior eficiência em propulsão, consumo de combustível e manobrabilidade. Por isso temos foco também na parceria com os estaleiros nacionais."

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