segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mail & Guardian on line: Brasil tem modelo de desenvolvimento de sucesso.

Artigo retirado do Mail & Guardian on line, de Johannesburg.
Segue em (péssima) tradução minha, com uma ou outra ajuda o Google, e alguns grifos também meus.

O original está aqui.

Como o Brasil desarma a armadilha da pobreza.

Departamentos de governo sul-Africano e as agências de desenvolvimento foram visitar o Brasil em massa, ansioso para aprender com o sucesso recente desse país.

Entre 2003 e 2007, antes da crise financeira, o crescimento econômico no Brasil atingiu uma média de 5% ao ano - o seu melhor desempenho em mais de 25 anos.

Também houve progresso na educação e na redução da pobreza, erradicação do HIV / Aids e desigualdade, o calcanhar de Aquiles América Latina moderna. Embora a economia brasileira deva diminuir em 2009, isso será muito inferior à média latino-americana.

As projeções de crescimento para 2010 são de cerca de 2% ou 3% e o sentimento geral é positivo para a trajetória sócioeconômica ascendente do Brasil.

A maioria dos partidários do chamado "modelo de esquerda" na América Latina atribui estes resultados aos programas sociais inclusivos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas a realidade é uma mistura complexa e delicada de políticas sociais e economia progressista que tem, com o tempo, amadurecido em um modelo de sucesso do desenvolvimento.

Uma vez descrito como o país que terá sempre potencial (e nunca vai realizá-lo), o Brasil ficou travado em crescimento medíocre e um deânimo de investimento após um crescimento econômico recorde entre 1965 e 1975, quando o país cresceu em média 10% ao ano.

No anos oitenta, a desaceleração econômica e a negligência social tinham criado níveis inaceitáveis de pobreza e enorme desigualdade de renda , embora o Brasil seja abençoado com recusros naturais e um dos produtores os maiores de alimentos do mundo.

Hoje, mais de 40 milhões de brasileiros são pobres e vivem com menos de 2 dólares por dia. Os níveis de desigualdade estão parificadod aos da África do Sul, mas mais graves do que em países como a Índia, Chile e Nigéria.

10% dos brasileiros mais ricos representam quase 50% da renda nacional, enquanto os 50% mais pobres contam com apenas 10%. Mas as coisas estão mudando.

O crescimento econômico sustentado trouxe confiança e a economia parece estar mais resistente à crise global.

Em 2007, o investimento estrangeiro atingiu níveis recordes de US$ 35 bilhões. Uma balança comercial favorável, com exportações superiores a US$ 700 bilhões, impulsionou o crescimento brasileiro liderado pelas exportações. O mercado acionário brasileiro teve um bom desempenho.

No ano passado, as bolsas brasileiras de commodities e de futuros se uniram para formar a segunda maior bolsa das Américas.

O Brasil tem adotado uma política externa e comercial mais assertiva através de um direcionamento vigoroso de investimentos em toda a América Latina e África, combinada com uma política comercial mais liberal. Esta abordagem, com as recém-descobertas reservas de petróleo ao largo da costa do Brasil, é parte de um plano para alimentar seu próximo ciclo de crescimento a longo prazo.

Mas é o sucesso do Brasil no desenvolvimento social que tem despertado o interesse dos pensadores da política sul-africana.

Logo após sua eleição em 2003, Lula da Silva lançou um ambicioso programa para acabar com a fome. O Fome Zero é uma nova abordagem decombate a fome e a desnutrição, combinando isso com outras prioridades sociais, como educação, saúde e uma sólida estrutura familiar.

O programa visa às famílias mais carentes em uma comunidade em particular e oferece cupons de alimentos em troca de freqüência escolar ou de formação técnica. Esta estratégia visa capacitar os necessitados e, finalmente, os integrar na economia formal.

Desde 2003, o número de pobres - pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia - caiu 21%, passando de 15,4 milhões para 11,3 milhões em 2008.

Em 2010 Lula da Silva espera ser capaz de entregar três refeições por dia para cada família no Brasil. A maioria parece concordar sobre a fórmula básica por trás do progresso social.

Em primeiro lugar, as difícil reformas estruturais e a liberalização econômica implementadas nos anos 1990 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso proveu as receitas necessárias para o Brasil se beneficiar do boom das commodities e implementar políticas de grande alcance social.

O governo Lula da Silva diz que as macro políticas de Cardoso lançaram as bases para o outlook positivo do Brasil de hoje.

Em segundo lugar, um empurrão inicial pelo crescimento econômico foi essencial. Sem crescimento - e um ambiente benigno internacional - o país nunca teria tido os recursos necessários para programas sociais eficazes e de entrega.

Em terceiro lugar, um quadro político coerente, que serve ao duplo objectivo de crescimento econômico e desenvolvimento social, por meio de uma cuidadosa e prudente administração dos recursos é essencial.

No entanto, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, diz que conciliar política macroeconômica e despesas públicas continua a ser um desafio.

Quarto, os programas sociais têm sido bem estruturados, bem orientados, cuidadosamente geridos e apoiados por instituições governamentais e não-governamentais - incluindo grupos da comunidade local. Essas instituições estão envolvidas em vários níveis de planejamento, tanto a nível federal e estadual.

Finalmente, a liderança foi fundamental. A maior realização Lula da Silva tem sido a sua capacidade de criar um consenso entre os poderosos sindicatos de trabalho e de negócios sobre o que é necessário em um país notório por seus interesses divergentes.

A sucessão de Cardoso e Lula da Silva se provou uma combinação eficaz. Após a prioridade retórica de ajuste estrutural na década de 1990, o país - como um oficial brasileiro colocou - se normalizou no governo Lula da Silva.

Já não é desviado por souções "bala de prata" para o crescimento, predominantes nos anos 1980 e 1990, e está mais aberto ao diálogo internacional sobre política e integração.

Brasileiros admitem que o país ainda está lutando para superar o clientelismo e incutir a meritocracia no serviço público. Oportunismo político significa que muito do planejamento ainda é de curto prazo.

O futuro está também em questão enquanto o país se prepara para as eleições de 2010, quando o presidente termina seu segundo e último mandato.

O Brasil mostrou que uma abordagem equilibrada para o crescimento e desenvolvimento podem funcioar em países em desenvolvimento e com desafios sócio-econômicos difíceis, quando as políticas sociais e as reformas económicas são integradas para atender objetivos comuns, por meio do planejamento consciente e liderança.

Elizabeth Sidiropoulos é diretora nacional e Dr. Lyal Branco é pesquisador associado do Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais

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